O zumbido é a sensação de som em cabeça ou ouvidos na ausência de estímulo externo que o justifique. As principais causas a serem investigadas são as primariamente otológicas, como: rolha de cera, inflamações (otites), bem como condições associadas a perdas auditivas, como envelhecimento, exposição a ruído e medicações ototóxicas.
Afastadas essas causas, o médico otorrinolaringologista poderá investigar o zumbido somatossensorial. Apesar do nome estranho, é um zumbido bastante comum, que ocorre em pacientes com dor em pontos -gatilho, que são regiões mais tensas de determinados músculos da cabeça, pescoço e ombros (cintura escapular) . Ao comprimir esses pontos, percebe – se a modulação do zumbido, com o aumento ou a redução da sua intensidade.
Durante a avaliação, o médico otorrino questionará o paciente quanto à presença de dor em cabeça, face (sobretudo em região de musculatura matigatória, próxima aos ouvidos), pescoço, ombros ou dorso. Além disso, questionará se a origem do zumbido foi ao mesmo tempo ou posterior ao quadro doloroso. Este dado nos ajudará a inferir que de fato a disfunção muscular originou o zumbido. Outro ponto importante é que o lado do zumbido geralmente corresponde ao lado da tensão muscular.
Esses pacientes costumam iniciar o zumbido e a síndrome dolorosa miofascial devido a má postura, tão comum nos dias de hoje, devido a longos períodos em frente ao computador, tablet ou celular. Esses sintomas podem ainda ser secundários a trauma ou cirurgia em cabeça ou pescoço, ou devido a condições odontológicas, como alterações oclusais ou bruxismo.
Em relação ao tratamento, o individuo deverá ser visto de forma integral e por diferentes especialistas. A sobrecarga de trabalho e estresse associado podem estar fortemente ligados ao quadro doloroso. Portanto, os pacientes costumam se beneficiar de técnicas de redução de estresse como meditação, atividade física e higiene do sono. Além disso, fisioterapia voltada para relaxamento da musculatura afetada, com técnicas como massoterapia, acupuntura e compressas térmicas. Tratamento odontológico individualizado, como uso de placas oclusais ou toxina botulínica, pode ser indicado. Importante durante o processo, manter acompanhamento com o otorrino assistente, afim de avaliar evolução, e investigar causas associadas em pacientes que não responderam ao tratamento.
Dra. Juliana de Assis Lino
Otorrinolaringologista – Membro do Corpo Clínico NOOBA
CRM-BA: 27658 | RQE: 15882