O zumbido é definido como uma percepção sonora não relacionada a um som real. Mais de 20% da população mundial queixa-se de zumbido, sendo mais comum em mulheres e mais prevalente conforme o avançar da idade. Cerca de 18% dos pacientes que se queixam de zumbido referem que o zumbido dificulta a realização das atividades diárias contribuindo dessa forma para diminuição da qualidade de vida. O indivíduo que apresenta zumbido tem maior dificuldade de concentração e maior dificuldade para dormir e ele também pode contribuir para quadros de ansiedade ou depressão.
Novembro é considerado o mês da conscientização do zumbido. A campanha iniciada em 2006 tem como objetivo conscientizar a população sobre essa queixa tão frequente e ainda visa motivar profissionais da saúde a abraçarem esta causa.
Todo zumbido precisa ser investigado. Diversas são as possíveis causas para o seu aparecimento. A perda auditiva é a principal causa de zumbido, porém outras condições podem aumentar a percepção desse som como as doenças crônicas (diabetes, hipertensão e dislipidemia), doenças osteoarticulares como a disfunção da articulação temporo-mandibular, as desordens psiquiátricas como a ansiedade e depressão e até mesmo os hábitos de vida como o consumo exagerado de açúcar e estimulantes como o café.
Tudo começa com um dano na cóclea (órgão sensorial da audição) que mesmo que discreto é capaz de alterar as atividades dos neurônios no cérebro. E é essa desorganização neuronal no cérebro que faz com que o paciente comece a apresentar essa percepção sonora anormal – o zumbido.
É preciso entender que zumbido tem tratamento e é possível diminuir sua percepção melhorando então a qualidade de vida do paciente. Uma equipe multiprofissional composta por médico, fonoaudiológico, psicólogo e fisioterapeuta é essencial no seu manejo.
A prevenção do zumbido envolve hábitos saudáveis de vida como a prática de atividade física regular, higiene do sono e dieta equilibrada. Evitar exposição a sons de alta intensidade é fundamental para evitar o dano coclear. A investigação inicial deve ser feita com o médico otorrinolaringologista. Não exite em procurá-lo ao perceber o zumbido.
Dr. Fábio Alencar
Otorrinolaringologista – Membro do Corpo Clínico NOOBA
Otologista pela Universidade de São Paulo – USP
CRM-BA: 39.762 | RQE: 22.238