A classe dos professores é uma das mais acometidas profissionalmente, quanto alguns problemas de saúde, principalmente no que diz respeito à voz. Pesquisas revelam que mais de 63% dos educadores já foram acometidos por algum problema vocal durante a vida.
Em geral, as principais queixas relatadas são: cansaço vocal, desconforto para falar, esforço para falar, garganta seca, rouquidão, dificuldade para projetar a voz, instabilidade ou tremor na voz e dor de garganta.
A atividade docente quase sempre implica em uma demanda vocal maior que a habitual. Isso depende de alguns fatores do seu local de trabalho, como por exemplo, acústica do ambiente, tamanho da sala, uso de aparelhos auxiliares (microfones), quantidade de alunos por sala, idade dos alunos; e de suas condições físicas, como sinusites e rinites, outras doenças laringeas ou alterações estruturais que possam contribuir para o surgimento de alterações vocais.
O uso excessivo e incorreto da voz pode desencadear problemas relacionados ao trauma constante, como pólipos, nódulos e granulomas, que são lesões de cobertura das pregas vocais.
Existem algumas recomendações para a preservação da saúde vocal em professores e demais profissionais que utilizam a voz como instrumento de trabalho:
- Evitar gritar ou pigarrear;
- Evitar cochichar, apesar de parecer inofensivo, é tão prejudicial quanto gritar;
- O fumo e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas são hábitos nocivos à saúde da voz, e são os principais causadores do câncer de laringe;
- Beber bastante água, para manter as pregas vocais sempre hidratadas;
- Dormir bem para descansar a voz;
- Ter uma alimentação leve e equilibrada, com uma dieta anti refluxo. Deve-se evitar alimentos condimentados e gordurosos, chocolates, refrigerantes e café em excesso;
- O uso frequente de pastilhas para garganta e sprays, que prometam um alívio imediato também deve ser evitado. Isso porque esses produtos mascaram os sintomas com uma falsa sensação de melhora, retardando uma avaliação correta.
Em casos de rouquidão, se persistir por mais de 15 dias, o paciente deve procurar o médico otorrinolaringologista para orientá-lo quanto ao diagnóstico e o tratamento adequado.
Dra Ludmila Fernandes
Otorrinolaringologista – Membro do Corpo Clínico NOOBA
CRM-BA: 18.688 | RQE: 1506